quinta-feira, 27 de maio de 2010

DESERTO


Um dia no deserto
Um dia no silencio
Um dia ele a viu
Um dia ela o viu...

Seu olhar curioso viu o deserto dela
Seu grito estridente rompeu o silencio dela
E num bailar de nuvens envolventes
O amor a atingiu feito folha ao vento
Do tipo que não tem paradeiro.

E agora embriagada por ele,
Ela fica a vagar e a pensar no que poderia ser,
A olhar e querer ver outras paisagens além do cinza,
A chorar a dor e o sofrer tão comum,
Tão doce e tão brutal do ter e não ter.
A passear por um mundo estranho ao meu, o mudo dele, do amor!

E ela fica a viver sensações alheias ao seu desejo...
Desejo que foge dela, mas que vai ao encontro dele,
E ardente feito fogo...
V ai repousar tranqüilo no olhar dele.
No seu leito silencioso da noite em meio ao deserto.
(Je Marie- todos os direitos reservados)

sábado, 15 de maio de 2010

APENAS DE PASSAGEM


Apenas de passagem,
Precisando aprender a esperar,
Precisando aprender a aceitar que o mundo não gira em torno dela,
Precisando compreender que às vezes é preterida, nem sempre escolhida.

Apenas de passagem,
Querendo fazer do deserto um lugar pra ficar,
Querendo escutar apenas o barulho do vento, não grite, ela não escutará.
Querendo desesperadamente resignação.

Apenas de passagem,
Ela olhará para tudo e não verá nada de errado,
Ela esperará o tempo passar e lhe dar respostas.
Ela ficará por aqui já que não pode estar ai...

Apenas de passagem,
Ela sentará numa pedra e não mais chorará,
Ela se balançará numa rede e não sentirá saudade,
Ela lerá um livro e não pensará mais nele.

Porque de passagem estão todos,
Hoje somos e amanhã não mais...
Querendo encontrar algo que nem nome tem...
Essência, verdade, expressão, vida!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A menina de sapatos


A menina de sapatos vermelhos
Que passeava pela vida como se tivesse algo fora do lugar
Que procurava, verificava, mas nada faltava...
E ainda assim a menina de sapatos vermelhos continuava a sentir a falta.
Que procurava palavras pra descrever o sentimento e nunca encontrava.
Que às vezes teimava em fugir de si sonhando com um mundo que não era o seu...

Menina de sapatos vermelhos que é amiga do vento;
Que talvez conheça os segredos e mistérios dele.
Que já dançou com ele no alto da colina, pois é, eu a vi ali.
Que já sorriu de felicidade quando ele apareceu...
O vento e sempre o vento amigo da tempestade.
Que faz estragos onde quer...
Como paixão inusitada ele vem e vai...
E ele lembra a menina de sapatos vermelhos
Que tudo pode ser diferente,
Que o bom ou ruim só depende da intensidade,
Que uma dose de remédio pode se tornar veneno.
Menina em construção... Aprenda mais uma lição...
A vida é a obra mais perfeita...
E a liberdade é fato,
e que só o amor verdadeiro pode ser a salvação,

disse ele sussurrando baixinho ao ouvido da flor de lis.