sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O VENTO PASSOU


um dia o vento passou e faz algo nela... algo bom!
num outro dia o vento passou e devastou algo dentro dela.
talvez o se sentir menosprezada,
o pedir desculpas apenas por existir,
e a falta de coerência entre o ser e o ter!
novamente o vento passou e como sempre trouxe esperança.
mas daquelas esperanças de que havia vida além da menina.
esperança que acalenta os anseios e intensidades dela.
de um viver único e de um existir desprezível.
esperança de poder ser o que quiser além de menina.
e quando ele passou, lançou semente por todos os lados.
e como a menina estava por lá, também foi atingida.
e ela entendeu que as razões e as dores do nascimento
são apenas escolhas quando se deseja mudar de moradia.
quando as escamas cairam a menina entendeu...
que a paixão pelo vento foi mesmo despertada.
e que se sentir apaixonada pelas possibilidades
é coisa boa é coisa que ele sempre traz com sua passagem,
a menina se sentiu feliz pelos rios que cruzaria.
e forte feito tempestade pelo simpes fato de ser quem é...
menina marcada para sempre com sua presença.
a partir do dia exato em que o vento passou...
ela pode ver que a vida é feita de sonho simples.
simples como um fazer poesia, como cantar uma melodia.
um café com pão de manoel...
e o vento,sempre o vento a fez dançar sobre a colina.
a menina deu boas risadas com ele e dele.
e perdidamente apaixonada atrás de um feixe de luz
a menina passou a caminhar com seus passos firmes e continuos.
acreditando no melhor, no amor, na vida, no vento!

sábado, 24 de julho de 2010

o cheiro do mar


O cheiro do mar sempre a levou a sonhar...
como agora nesse instante... nessa tarde única.
esse cheiro sempre a faz sorrir como uma criança despreocupada,
e esse cheiro sempre a fez lembrar de que ele sempre esteve lá... o mar.

o cheiro do mar... ahhh o cheiro do mar que faz a menina sonhar
sonhar com dias melhores, com ventos calmos e tranquilos.
sonhar com um quintal e a presença dele por ele... do mar.
sonhar com a liberdade que só a poesia lhe dá, a palavra.

o cheiro do mar é mesmo esse elemento inspirador da menina.
é como uma caneta tão carregada de poesia que escorrega pelo papel,
escorrega pelo papel vazio feito deserto... feito oáses no deserto!
meio beijo do amado que arrebatando o coração da menina...
tira seus pés do chão e a faz fluar por sobre as ondas desse mar.
mar de poesia, de esperança, de encanto, de alento, de vida!

mas o cheiro do mar sempre esteve lá... como tudo na vida.
assim como o mar sempre esteve lá na cabeça da menina...
como quem nada quer... como quem tudo quer...
o mar com suas ondas voluptuosas, cheirosas, teimosas...
esse mesmo cheiro do mar que é só do mar próprio do mar.
esse mar de idéias profundas, de águas profundas, leves...
esse mar de força, feito por si só majestade
mar de idéias que povoa a cabeça dessa menina em construção!

(Je Marie ou simplesmente Flor de Lis)
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(imagem: juliana Bruno, amiga querida, sua imagem já é por si só poesia).

quinta-feira, 27 de maio de 2010

DESERTO


Um dia no deserto
Um dia no silencio
Um dia ele a viu
Um dia ela o viu...

Seu olhar curioso viu o deserto dela
Seu grito estridente rompeu o silencio dela
E num bailar de nuvens envolventes
O amor a atingiu feito folha ao vento
Do tipo que não tem paradeiro.

E agora embriagada por ele,
Ela fica a vagar e a pensar no que poderia ser,
A olhar e querer ver outras paisagens além do cinza,
A chorar a dor e o sofrer tão comum,
Tão doce e tão brutal do ter e não ter.
A passear por um mundo estranho ao meu, o mudo dele, do amor!

E ela fica a viver sensações alheias ao seu desejo...
Desejo que foge dela, mas que vai ao encontro dele,
E ardente feito fogo...
V ai repousar tranqüilo no olhar dele.
No seu leito silencioso da noite em meio ao deserto.
(Je Marie- todos os direitos reservados)

sábado, 15 de maio de 2010

APENAS DE PASSAGEM


Apenas de passagem,
Precisando aprender a esperar,
Precisando aprender a aceitar que o mundo não gira em torno dela,
Precisando compreender que às vezes é preterida, nem sempre escolhida.

Apenas de passagem,
Querendo fazer do deserto um lugar pra ficar,
Querendo escutar apenas o barulho do vento, não grite, ela não escutará.
Querendo desesperadamente resignação.

Apenas de passagem,
Ela olhará para tudo e não verá nada de errado,
Ela esperará o tempo passar e lhe dar respostas.
Ela ficará por aqui já que não pode estar ai...

Apenas de passagem,
Ela sentará numa pedra e não mais chorará,
Ela se balançará numa rede e não sentirá saudade,
Ela lerá um livro e não pensará mais nele.

Porque de passagem estão todos,
Hoje somos e amanhã não mais...
Querendo encontrar algo que nem nome tem...
Essência, verdade, expressão, vida!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A menina de sapatos


A menina de sapatos vermelhos
Que passeava pela vida como se tivesse algo fora do lugar
Que procurava, verificava, mas nada faltava...
E ainda assim a menina de sapatos vermelhos continuava a sentir a falta.
Que procurava palavras pra descrever o sentimento e nunca encontrava.
Que às vezes teimava em fugir de si sonhando com um mundo que não era o seu...

Menina de sapatos vermelhos que é amiga do vento;
Que talvez conheça os segredos e mistérios dele.
Que já dançou com ele no alto da colina, pois é, eu a vi ali.
Que já sorriu de felicidade quando ele apareceu...
O vento e sempre o vento amigo da tempestade.
Que faz estragos onde quer...
Como paixão inusitada ele vem e vai...
E ele lembra a menina de sapatos vermelhos
Que tudo pode ser diferente,
Que o bom ou ruim só depende da intensidade,
Que uma dose de remédio pode se tornar veneno.
Menina em construção... Aprenda mais uma lição...
A vida é a obra mais perfeita...
E a liberdade é fato,
e que só o amor verdadeiro pode ser a salvação,

disse ele sussurrando baixinho ao ouvido da flor de lis.